Bem vindos a mais um eixo cultural do movimento HIP HOP!

Musicas ,videos,história do movimento,e muito mais pra rapa

fica informada ,e baixa ai no seu pc!!

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

KL JAY - DJ HUM - GRANDMASTER NEY - NUTZ E DJ KING

Uma segunda-feira fria de julho, um célebre bar na esquina mais famosa de São Paulo vê um verdadeiro panteão reúne-se ao redor de uma mesa para contar a história do DJ de hip hop no Brasil. Sentados lado a lado estavam Grandmaster Ney, precursor do hip hop nas equipes de som black dos anos 70 e 80; DJ Hum, que fez seu nome ao lado do rapper Thaíde; KL Jay, a base musical dos Racionais MCs e organizador do festival Hip Hop DJ; King, que manipula as picapes para Xis, entre outros; e Nutz, que fez seu nome ao lado do Planet Hemp.
Além de seus trabalhos originais, todos eles são veteranos na noite paulistana e tocam em várias casas noturnas, produzindo discos e se apresentando por todo o Brasil. Ou seja: não foi fácil reunir esses caras. Mas uma vez reunidos, os caras soltaram o verbo. Primeiro, KL Jay, Hum e Ney contaram sobre os primórdios e a fase da São Bento, sempre de um ponto de vista bem-humorado e saudosista. Nutz e King participaram de leve, comentando e ajudando os três se lembrarem de datas, nomes e detalhes que cresceram ouvindo falar. Depois, os dois entraram no papo de uma vez e ajudaram a contar a história de suas vidas - e do hip hop brasileiro.
Ney: Eu nasci com disco no sangue. Toda minha família, os irmãos da minha mãe, organizava bailes. Meu tio, o falecido Zé Carlos Vitrola, foi o primeiro DJ a tocar só com a vitrola, separado do resto do equipamento. Daí veio o nome dele. Era uma época em que os DJs tocavam sentados. Não tinha mixer, fone, feltro no prato pra parar o disco... Nada disso. O pessoal tocava os discos no tato. Isso no final dos anos 60, quando os bailes tavam começando a tocar as coisas mais antigas, voltando pro soul e eu comecei a procurar as coisas novas.KL Jay - Minha mãe escutava rádio AM e ouvia muito Roberto Carlos, John Lennon, trilha de novela... Mas o pessoal começou a falar de FM, de umas rádios que tocavam um tal de funk: Excelsior, Jovem Pan, Cidade, Antena 1... Meu pai tinha um radinho que pegava FM e quando ele ia trabalhar eu botava na FM e ficava ouvindo os sons, Gap Band, One Way...Hum- Quando eu mudei pra Ferraz de Vasconcelos, meu tio me falou "leva uns discos" e aos poucos eu fui vendo que essa era a diversão do pessoal, tocar discos na rua, fazer bailinhos. Comecei assim, tocando em bailinhos pra arrecadar grana pra formatura da oitava série. Todo mundo começou tocando em bailinho. Eles foram a grande escola. A gente levava os discos que tinha, não tinha essa de discos mais tocados. Eu lembro que tinha o famoso questionário: você chegava no lugar e o pessoal começava a perguntar o que você tinha. "Tem o álbum tal? O meu é de 77", "o meu é de 79".Ney - Meu tio morreu de tuberculose aos 26 anos, em 73, e antes de morrer ele falava que ia me levar pros bailes que ele tocava: Maison Suíço, SP Chic, Telefunken... Mas ele morreu antes. E depois de ele morreu, eu toquei em todos essas casas que ele falou.Hum- Era uma época em que os DJs tocavam de costas pro público, com um espelho na frente, pro pessoal ver. Mas não encarava o público.Ney - Eu comecei a manipular os discos, mas eu não fui o primeiro. O primeiro foi o Paulão, que foi preso e depois sumiu... Tem muita gente que acha que eu inventei a roda, mas ele foi o primeiro. Comecei tocando em bailinhos com o meu irmão e aos poucos fui evoluindo. E as coisas também. Costumo dizer que, dos anos 70 pra cá, tudo que aconteceu de inovador veio da música negra.KL Jay - Tudo veio da África, tudo veio do tambor.Hum- Nos anos 70, o negro brasileiro tinha dois estereótipos, o carnavalesco e o que depois começou a ser chamado de black. Foi importante porque era uma época que a gente não tinha informação e as equipes de som - como a Chic Show, a Black Mad, a Zymbabwe... -, apesar de ter um lado burocrático, eram quem deixava a gente um pouco informado sobre o que acontecia lá fora.Ney - Foi quando as coisas começaram a mudar. Apareceu o Grandmaster Flash e ele virou meu ídolo. Eu tocava tudo quando era estilo usando as bases do Flash, as referências que eu usava eram dele. E o Mister Gil, que se apresentava comigo, começou a me chamar de Grandmaster Ney, que acabou ficando. Era uma época que ainda existiam os vendedores ambulantes de disco, eu mesmo vendi disco. A gente vendia para umas equipes e outras ficavam sem. E os discos iam ficando raros.Hum- As equipes eram concorrentes e todo mundo concorria com todo mundo: o melhor DJ, o melhor dançarino, a melhor rádio. Todo mundo tinha um "escutador", pra reconhecer as músicas que os outros tocavam e pra ouvir se o equipamento de som era bom mesmo. Quando o som era bom, o tímpano voava! E ninguém se metia a ser o "escutador" do Chic Show, por causa da altura do som.Ney - A gente ia pro Rio comprar disco importado, que chegavam direto no porto. O Rio era o melhor mercado de disco de vinil do Brasil, o dobro de São Paulo. Na volta, a gente vinha apagando o rótulo.KL Jay - A fogueira das vaidades! Era o medo de informar, pra você ver!Ney - Tinha aquela história de subir na mesa e ficar rodando a cabeça pra conseguir ler o rótulo!Hum- Mas o Rio era muito organizado, até hoje ainda tem a associação de equipes de som.Ney - E a cultura dos bailes já era administrada pelos DJs: as equipes tinham o equipamento e chamavam os DJs que traziam o material. Uma organização absurda! Não tinha o que tinha em São Paulo, os DJs de lá trocavam informação, discos, "me empresta teu disco que eu vou tocar no meu baile".Hum- Esse lance da informação começou a ser quebrado na época da São Bento, quando a gente começou a ouvir aquele funk falado, que depois a gente descobriu que era o rap.KL Jay - Tinha isso da troca, na São Bento. Eu comecei lá dançando break, vendo os vídeos, Beat Street, o do Malcolm McLaren, o Chic... E essa onda começou a me levar.Ney - Eu tocava nos bailes que não permitiam que se dançasse break, rolava discriminação. Mas eu tinha ficado fissurado naquilo, roubei a fita do Beat Street da locadora, que eu tenho até hoje.Hum- O pessoal do punk, que na época tava saindo da São Bento, passou muita informação pra gente, mostrou muita coisa, The Clash... A gente era vanguarda, era uma coisa diferente dos bailes.KL Jay - É bom frisar que o que acabou com os bailes foi a mesquinharia. O Ney era o único cara do Chic Show que não tinha o pensamento dos caras.Ney - Lembro do DJ Hum com toca-discos Garrard no chão, procurando um ponto de luz pra ligar e botar os caras pra dançar break. Foi quando começou o rap em São Paulo. O Nelson Triunfo (pioneiro do break no Brasil) foi praticamente o pai de tudo.KL Jay - O esquema da dança de soul e funk era uma espécie de protesto visual, uma auto-afirmação. Mas o hip hop era mais agressivo. O DJ pegava o disco e "falava" usando as mãos: "Polícia filha da puta!", "Racismo o caralho!".Hum- Em 82 eu vim pro Centro e vi o Nelsão dançando break, os caras tipo robôzinho... Naquela mesma noite eu ia tocar em um casório. E eu pensei em levar os caras, pra dançar na quebrada. Eu morava num lugar que se eu não fizesse nada, ou os caras passavam o dia fumando maconha ou saíam metendo bala. Então eu era meio "empresário" no lugar. Catei dois neguinhos, ensinei os caras como era a dança e levei pro casamento. Foi a pior coisa que eu fiz na vida (risos). No meio da festa - isso numa sala, o sofá de um lado, a estante do outro, o retrato de Nossa Senhora num canto... -, parei o som e disse: "Agora com vocês, dois caras que eu trouxe da cidade", olha o 71 (risos), "que vão mostrar a nova dança, a dança do robôzinho!". E os caras não sabiam fazer direito e neguinho ficava se perguntando: "Que palhaçada é essa?" (risos).Ney - Fiquei com medo quando eu vi o break na abertura da novela das oito (Partido Alto, da rede Globo). Porque era só ir pra Globo pro negócio falir, foi assim com a discoteca, com o Dancin' Days. Pensei que o break ia morrer. Tanto que ficou um tempo meio sumido, meio parado...KL Jay - Rolava uma zoeira do pessoal do samba, que era mais arrumadinho e falava: "ih, lá vem aqueles caras que gostam de limpar o chão com o corpo, de fazer vuk-vuk nos discos". Mas entre os DJs, tanto de funk quanto de hip hop sempre teve um respeito mútuo.Ney - Mas eu fui interrogado na São Bento, "o que é que você tá fazendo aqui?", porque eu era da Chic Show. Mas o negócio começou a crescer tanto que foi quase mágica, logo estava em todos os lugares, tinha crescido muito. E o Luizão do Chic Show me chamou pra fazer um disco de rap, com o MC Jack e o Naldinho.Hum- Foi quando a gente descobriu que existia uma maquininha chamada mixer. A gente não sabia como os DJs faziam. "Como é que eles fazem isso?".KL Jay - A gente achava que os caras é quem produziam o som. Só depois que a gente soube que eles pegavam músicas de 10, 20, 30 atrás.Hum- Todos nós copiamos o Eazy Lee, o DJ do Kool Moe Doe, que veio para o Brasil.Ney - Foi o que quebrou a gente. A gente nunca tinha visto um DJ fazer performance até o cara fazer os scratches com os discos do Tim Maia.KL Jay - Com discos de música brasileira! Eu pirei! "Você mentiu-ti-ti-tiu!". Nossa, mano! Que mágica!Hum- Um dia, um cara me viu fazendo scratch e falou que eu tocava igual aos americanos. E me levou pra uma festa, a maior das equipes amadoras. E o cara anunciou: "Agora vamos trazer aqui o Humberto, que faz igual os americanos!" (risos). E eu fazendo a mixagem na mão, com a vitrola de madeira. E o cara: "Faz que nem os americanos, os caras tão aqui pra ver!" (risos). E neguinho achando que eu ia dançar break, jogar basquete (risos).Ney - Quando a gente tocava no interior, o Natanael (Valença, um dos fundadores da equipe Chic Show, já falecido) chegava e falava: "Faz aquelas performances!". E eu fazia os back-to-back, pintava e bordava... E quando desligava o toca-discos, ficava todo mundo ali parado , olhando pra minha cara.Hum- É difícil...E show de rap? "Com vocês, Fulano de Tal!". Podia ser quem fosse, podia estar estourado no rádio, e os caras ficavam lá, batendo o pé...KL Jay - Virava de costas!Hum- Isso quando o show era bom. Se fosse ruim, os caras tacavam coisas...Ney - Aí o Natanael sacou que tinha que preparar o povo, explicando: "Ele fica repetindo a mesma frase nos dois discos..." e aí sim o pessoal gostava. Mas da segunda vez não dava mais, não tinha mais novidade. Aí quando eu voltei a fazer interior, pensei: "Vou chamar outro DJ pra tocar comigo".Hum- Pra fazer igual os americanos... (risos)Ney - A primeira vez que a gente se apresentava era legal, mas da segunda vez o povo virava e "pô, esse negócio de novo?". Aí eu pensei em fazer algo diferente, em inovar. E convidei o Humberto pra fazer back-to-back de dois...Hum- Isso foi legal...Ney - Eu saía e o Humberto entrava, ele saía e eu entrava... E a casa veio a baixo. Mas na segunda vez, de novo, já não valia mais a pena, porque o público não gostava. Aí levamos três e a gente corria em volta da mesa! (risos) Chegou uma hora que não tinha mais o que inventar. Eu subia na mesa e mexia com o pé, que me valeu uma dor na coluna que eu tenho até hoje...Nutz - E não tinha aquela coisa de mexer o fader com a bunda?Hum- Tinha. Tinha um truque que era maior embromation, mas o pessoal gostava. O cara tirava o tênis e mexia no crossfader e a galera: "'Ó lá, o cara fez com o tênis!". (risos)Ney - O Ricardo Medrano falou que ia fazer com o pé, só que ele era deficiente físico. Aí no meio da apresentação, ele não me tira a perna mecânica pra fazer os scratches? (risos)KL Jay - E ainda mostrou a bunda depois da apresentação, com o Olympia lotado.Ney - Isso foi no segundo DMC (campeonato de DJs realizado em São Paulo entre 88 e 97). Nós três, eu, o Kléber e o Humberto, competimos nos três primeiros. O primeiro tinha só amigo da gente. Eu lembro do KL Jay ir lá na rádio que eu trabalhava e dizer que tinha um 12 polegadas do "It Takes Two", do Robbie Bass: "Eu tenho um bagulho louco pra fazer com esse som, mas eu não tenho o outro". Como não tem? Aí eu fui lá no case do Chic Show e roubei o álbum emprestado. E pedi: "Não coloca uma marca nesse disco, pelo amor de Deus!". Ele fez a performance, eu devolvi o disco e até hoje ninguém sabia disso.Hum- Houve um estudo, um aprendizado autodidata, isso no fim dos anos 80, 88, 89... A gente fazia umas audições e ficava pensando como é que os caras faziam aquilo. A gente não sabia o que era um sampler, sampleava as coisas usando fita. Até que começou o SPDJ, no Santana Samba, que foi a primeira festa feita para DJs de hip hop, direcionada para DJs.Ney - Foi a época que eu saí da Chic Show. As equipes proibiam você de falar que músicas você tocava, se você fosse funcionário. Eu toquei a primeira música do Soul II Soul no Brasil por um ano e meio, sem que ninguém soubesse o que era...KL Jay - Mas você foi o primeiro que tocou A Tribe Called Quest em São Paulo. O Luizão do Chic Show tocou o Princess of the Posse, da Queen Latifah, quando saiu sem falar pra ninguém o que era.Ney - E quando você saía da equipe, você tava morto, porque os discos, os equipamentos, os contatos... Tudo era da equipe. Fora que neguinho falava que você tinha saído porque roubava. E eu que ensinei todo mundo: Duda, Eazy Nylon, Don Black... E vi uma das pessoas que montou o Chic Show, o Natanael, ser discriminado lá dentro. Aí eu entreguei os discos e saí. Eu não tinha mais como crescer ali dentro. Foi quando eu comecei a tocar nos Jardins. E o Natanael me viu saindo e tomou coragem pra sair. Foi quando começamos a tocar direto no interior, Campinas, Sorocaba, Jundiaí... E montamos o SPDJ, que era uma festa itinerante. E depois nos instalamos no Santana Samba, nas quartas-feiras, e a comunidade abraçou. As festas especiais do mês lotavam, todo mundo queria tocar, mesmos os consagrados. Eram quatro mil pessoas espremidas num cubículo, gente pendurada no exaustor.KL Jay - Foi a época que o CD começou a se popularizar. E a maioria do pessoal abraçou o CD. Vendeu os toca-discos! Vendeu os discos! O que você via MK2 baratinho vendendo, quase dada!Nutz - Eu comecei nessa época. O pessoal falava: "Não compra MK2!". Isso em 92, 93... Antes tinha uma coisa até saudável, de ir todo o fim de semana na Truck's ver os discos que tinham chegado. Comecei fazendo som em festas, na sexta, sétima série. A equipe chamava DJ Action e eu ouvia as coisas na 105. A equipe acabou e eu conhecia a galera, o centro, a São Bento, e continuei tocando. Comecei a tocar na noite ainda menor de idade.King - Eu já acompanhava o pessoal montando som, mas só fui entrar mesmo quando vi os Racionais tocando no Tom Tom, uma casa lá em Suzano, que era onde eu morava. Fiquei só olhando o Kléber e depois comecei a seguir o cara, o Humberto, o MC Jack. Como eu morava muito longe, não peguei a São Bento no início, mas ouvia a Zymbabwe, a Black Mad... Comecei nessa época, do Santana Samba, dos shows no Projeto SP. Eu pegava trem e era uma época que eu tinha que andar com um povo, porque tinha os carecas, os white power, que davam porrada. Na época eu trabalhava no banco e conheci o Ico, que tinha um programa de rádio com o Armando Martins na Manchete, e ele vendia as fitas no banco. Foi quando eu comecei a ir nos bailes da Chic Show e ver o Eazy Nylon, o Duda, o Macarrão, o Ney... Na época eu rodava o disco na mão, pra fazer como os caras. Primeiro numa CCE de plástico, depois numa Garrard de madeira.Hum- Aí as coisas já estavam bem populares, a cultura já era mais conhecida. E a gente montava os shows sem ter informação nenhuma, sem saber como era. A gente só entendeu quando o Public Enemy tocou no Brasil, que tinha um logo, que tinha uma produção... O show do Public Enemy marcou todo mundo.King - Lembro que a Kazkata's ia sortear um mixer chorus e eu escrevi 400 cartas pra ganhar (risos). E eu fui burro, devia ter xerocado, mas não, faltei na escola a semana inteira escrevendo aquelas cartas. E quando rolou o sorteio, outro cara, que escreveu 10 cartas, foi sorteado, mas ele não já tinha ido embora. O segundo nome foi o meu e eu já fui com o RG na mão...KL Jay - Até que ficaram dois anos sem ter o DMC e eu, como todo DJ de hip hop, sabia que havia vários DJs bons e que a minha missão era revelar esses caras. Aí eu troquei uma idéia com o Xis ali no Ponto Chic: "Queria fazer um campeonato de DJs chamado Hip Hop DJ". Eu tocava no Soweto e disse que as eliminatórias podiam ser lá. Isso já em 97. Perguntei: "Vamo fazer? Eu tou com um dinheiro aqui, você pode dar alguma coisa?". Ele topou e fizemos. Foi o maior sucesso.Hum- É legal porque voltou a valorizar o DJ e o vinil. Hoje tem loja, como a Porte Ilegal, que só vende vinil.KL Jay - O mais importante é que revela muitos caras: o Cia, o próprio Nutz, o King, o Fábio Soares... E é um negócio underground. Não vai pra TV, não é divulgado como aula de DJ de drum'n'bass.Hum- Quem não conhece a cultura hip hop, descobriu o DJ pela eletrônica. Mas os DJs de eletrônica curtem hip hop. Ninguém fala do Marky tocando na Sound Factory, na Penha, em 98. Ou o Patife abrindo a pista de eletrônica na Toco.KL Jay - A música eletrônica é muito aceita na periferia.Hum- Acompanha o meu raciocínio: nos anos 80, o legal era ter uma banda de rock. Já nos 90, era axé e pagode. Agora, século 21, todo mundo quer ser DJ - tem oficina, curso, informação acessível... Mas como hoje não tem mais equipe de som, o pessoal não sabe por onde começar. Tem gente que nunca pegou num disco! E esse é um dos papéis do Hip Hop DJ. O DJ está começando a ser visto não só como um artista, mas como um artista de performance, como um skatista... Mas enquanto a eletrônica tem a mídia e os patrocínios, o hip hop não consegue nada.KL Jay - No fim a gente nem quer, porque acaba se expandindo sozinho.King - Hoje eu tou tocando só em casa de classe alta, com ingresso a 50 e 60 reais, em Maresias. Outro dia eu toquei numa festa e quem tava do meu lado era o Chiquinho Scarpa (risos). Sem noção. Ele olhou pra mim, me viu, assim, vestido todo colorido, e isso agrediu o cara. E eu comecei a rir: "Olha onde eu tou, olha quem tá ouvindo meu som".Hum- Eu sempre repito uma frase que é do KL Jay - o hip hop pode ter tudo, mas não tem grupo mais unido que os DJs.King - DJ é igual judeu (risos).KL Jay - A gente troca idéia, cumprimenta, pergunta que som o outro tá ouvindo e tá tocando. Não tem essa entre nós, mas com os outros caras... A gente tem a mente mais aberta.Nutz - Pra você ter uma idéia, eu tocava numa festa, mas me tiraram para o King assumir. Não deixei de freqüentar a festa por causa disso.KL Jay - O DJ é como um disco, redondo, gira e vê todos os lados, em 360º, igual a Terra. Ele toca para 500, 1000, 5 mil pessoas ao mesmo tempo. E conversa com as pessoas, fala usando as mãos, os discos. A gente sabe ir e voltar.

KASKATAS.....ZIMBABWE....CHIC SHOW....BLACK MAD....Mó Saudade....valeu por este momento.

LINK - CD - KSAKATAS - 10 - ANOS

http://www.4shared.com/file/37860487/28757ba2/Kaskatas_-_10_anos.html?s=1

LINK - CD - Os Maiores Susseços Da Kaskatas

http://www.4shared.com/file/56579782/c6b746a3/Os_Maiores_Susseos_Da_Kaskatas.html?s=1



ZAPP - COMPUTER LOVE


LINK - CD - COMPLETO MAIS CAPA.

http://www.4shared.com/file/44484070/4a3da0db/Computer_Love.html?s=1

terça-feira, 12 de agosto de 2008

SELEÇÃO DEDICADA AI A MAIS UMA GUERREIRA DO MOVIMENTO HIP HOP - UMA MINA 100% MISTURA FINA - SE LIGA AI MAGUIDAAAAA - TAMO JUNTO.

JEAN GRAE AND 9TH WONDER - JEANIUS



LYNK PRA BAIXAR O CD - COMPLETO - MAIS CAPA.





Spectac And 9th Wonder - Corner Of Spec And 9th


LINK DO CD - COMPLETO - MAIS CAPA.

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Mixolgy.net-9th.Wonder.And.Buckshot-The.Formula-2008



LINK CD - COMPLETO - MAIS CAPA.

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KANYE .. WEST ..



KANYE . WEST . Graduation . 2007





LINK - CD COMPLETO - MAIS CAPA.






KANYE . WEST . THE . COLLEGE . DROPOUT . 2004


1. Intro2. We don't care3. Graduation Day4. All Falls Down (feat. Syleena Johnson)5. Work


out plan6. Spaceship (feat. GLC, Consequence)7. Jesus Walk8. Never Let Me Down (feat. Jay-


Z, J-Ivy)9. Get Em High (feat. Talib Kweli, Common)10. Work out plan11. The New Workout


Plan12. Slow Jamz (feat. Twista, Jamie Foxx)13. Breathe In Breathe Out (feat. Ludacris)14.


School Spirit15. School Spirit Skit 116. Lil Jimmy Skit18. Two Words feat. Mos Def,


Freeway19. Through the wire20. Family Bussiness21. Last Call


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TALIB KWELI - FOCUS (2007)


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http://www.4shared.com/file/34903020/2cb63d21/Talib_Kweli-Focus__2007_.html?dirPwdVerified=b5a06a6c

sábado, 9 de agosto de 2008

CLUBE DO BALANÇO - SAMBA ENCREMENTEDO - SABA ROCK

Para eles, o novo disco tem "a cara da banda"."O primeiro disco foi muito generoso."Mais do que um disco da nossa banda, era um disco que reapresentava o samba-rock para uma nova comunidade. Por isso a preocupação em ter tanto convidado e muita gente participando", explica Mattoli.Edu completa que o CD foi uma homenagem do Clube do Balanço ao movimento. "Por isso convidamos vários amigos, pra dar mais força a essa homenagem e pra essa retomada do movimento. A gente cedeu pra somar."Swing e Samba-Rock foi resultado de uma temporada de shows no Grazie a Dio!, em São Paulo, que culminou no convite para gravar. Agora, depois de muitas apresentações em outras cidades, temporadas no BlenBlen e em outras casas, chegou a hora de documentar uma nova época.


"Estamos no momento certo. Fazer um disco é ter um trabalho, amadurecer este trabalho e, quando ele chegar no ápice da sua qualidade, gravar. Estamos gravando músicas que gostamos muito, achamos pegadas que há tempos procurávamos", conta Gringo.
Ele afirma que o entrosamento também é palavra-chave neste disco. "Somos um grupo de pessoas que, definitivamente, se encontrou na hora de tocar. Podemos ter times de futebol diferentes, religiões diferentes, pensamentos diferentes, tudo diferente. Mas na hora de tocar, o entrosamento é total. É outro papo."


Para Reginaldo 16, a banda está em seu melhor momento. "Evoluímos, nos aprimoramos técnica, individual e conjuntamente. Sabendo melhor o estilo de tocar de cada um, rola uma harmonia. É um disco melhor produzido, melhor trabalhado, com mais calma e mostrando essencialmente cada um da banda. É uma auto-afirmação do que temos feito."O novo CD tem maior participação de Reginaldo, Tereza Gama e Augustinho Bocão nos vocais, e demonstra a preocupação do grupo em mostrar seu trabalho como banda, trazendo arranjos que podem ser feitos totalmente ao vivo. "Todas as músicas com metais tem trombone e trompete", explica Mattoli. Apenas uma realmente tem grande metaleira, com arranjo do famoso trombonista Bocato.


"No outro disco tivemos participação de muitos instrumentistas, vários percussionistas, dois bateristas. Neste não", diz o vocalista. "Resolvemos fazer um provão com a gente mesmo. Ver se estamos realmente aptos à música ou não, se todos temos potencial", resume Bocão. Parece que a dúvida foi respondida. O novo disco traz 14 músicas, algumas delas já conhecidas do público que freqüenta os shows. "Algumas a gente sacou que pegavam bem, como Big Mondays e tema de Cathy. E acho que uma das músicas mais legais é Batepatu, do Baiano e Novos Caetanos, que todo mundo que tem mais de 25 anos deve lembrar. Depois, descobrimos que essa música era do Orlandivo também.


Achamos o maior barato, porque no primeiro disco tivemos Palladium, e agora vamos ter esta outra autoria do Orlandivo", conta Mattoli, autor de 5 músicas no novo trabalho. Mesmo com este aspecto mais autoral, o grande conhecimento dos integrantes do Clube com relação ao ritmo, somado a composições de importantes nomes do movimento (como Erasmo Carlos, que mandou uma musica inédita especialmente para este novo disco), mantém uma das características mais marcantes da banda, e um dos motivos pelos quais se tornaram referência quando o assunto é samba-rock: o som tradicional. "Mas o fato da banda soar mais antiga não é uma coisa pensada, proposital. Soou assim, talvez pela experiência dos músicos mesmo. Se acabou ficando mais raiz é porque todo mundo ouvia e ficou assim naturalmente", explica Edu.


A aura de "big-band", que remete aos grandes bailes, também deve ter alguma responsabilidade nesta história. E gravar com tanta gente assim não é muito fácil. Mattoli explica que as músicas são super-detalhadas, têm naipes de percussão e metais muito pesquisados. "É um CD realmente trabalhoso", afirma. Mas como está sendo feito totalmente de acordo com o que os músicos pretendiam, tudo se torna mais divertido. Não temos dependência de gravadora. Fazer desta forma torna o trabalho muito mais fiel ao que queremos produzir, ao que gostamos e à maneira como achamos que deve ser. É um produto que traz a verdade de cada um de nós", diz Reginaldo. Para Gringo, isso traz o reconhecimento das pessoas. "Nós estamos fazendo o nosso caminho, e ninguém além do público vai investir nisso."


Daí o fato desse público estar crescendo e se renovando a cada apresentação. Quem não conhece o som, procura saber mais, e quem já conhecia, mas achava que esse era um tipo de música que não se fazia mais, tem uma boa surpresa ao ouvir a banda. "Ver as tiazinhas e as avós curtindo nosso som é muito bom!", diz Bocão.


Além disso, o Clube do Balanço abriu as portas para novas bandas. "Hoje, existem várias bandas de molecada fazendo samba-rock, o que é muito interessante. E não é só em São Paulo. Nesta semana mesmo eu soube de mais duas. Maravilha!", comemora Mattoli.


Para Edu, o avanço é grande e não acontece por acaso. "Antes a gente dizia que tocava samba-rock e o povo falava 'samba o quê?'. Acho que este aumento de público e da nossa influência é resultado dos nossos objetivos. O objetivo do Clube é fazer dançar, e não deixar o povo olhando pra gente. Isso acaba sendo um ponto positivo. Ao vivo, a gente prefere 100 pessoas dançando do que 1.000 olhando pra nossa cara.""E o homem que sabe dançar, fatura, né?", lembra Mattoli. "É uma maravilha! Na virada, já joga aquela conversa... Já era!", Bocão completa, com todo o bom-humor característico da diretoria e dos sócios deste Clube


LINK DO CD

http://www.4shared.com/file/35333008/50178593/Clube_do_Balano_-_Samba_Incrementado_2005_.html?s=1


Clube do Balanço - Audio do DVD - Show da TV Cultura - Especial de Fim de Ano (31 - 12 - 2007)

LINK DO CD

http://www.4shared.com/file/38193917/b0cd4aa6/Clube_do_Balano_-_Audio_do_DVD_-_Show_da_TV_Cultura_-_Especial_de_Fim_de_Ano__31_-_12_-_2007_.html?s=1

CLUBE DO BALANÇO - SAMBA ROCK

"Durante a temporada no Grazie a Dio, o Clube do Balanço experimentou mais de 60 músicas,

gravou 19 faixas, 13 foram escolhidas e, acreditem, Jorge Benjor quase ficou de fora".Em junho

de 2001, depois de mais de 1 ano no comando das domingueiras do Grazie a Dio, com a casa

lotada, o Clube do Balanço entrou nos estúdios para gravar o seu primeiro CD "Swing & Samba-

Rock", pela gravadora Regata Música e teve o objetivo de ir além somente da documentação e

criação do produto musical do Clube do Balanço. Muitas histórias e presenças especiais marcam a

gravação do primeiro disco. Em primeiro lugar, o CD que contou com Bernardo Vilhena na

direção artística e Mattoli, Tiquinho, Edu Peixe, Gringo e Ganja Man como produtores, teve uma

grande preocupação em manter a sonoridade dos tempos dos grandes bailes. "A idéia do Clube

era de resgatar esse período meio desconhecido da música brasileira, uma época em que não

existiam muitos recursos técnicos, um disco era gravado com pouco dinheiro, em poucos canais",

lembra Mattoli.Bernardo Vilhena "deixou" e o Clube partiu para a gravação: todo mundo tocando

junto, a captação sonora utilizou um sistema de microfonação diferenciado e os músicos se

renderam aos instrumentos antigos: bateria com pele de couro, piano Fender e Wurlitzer,

teclado Hammond - ao qual o Maita foi bem resistente - violão, e baixo snake. Definida a

sonoridade, veio a seleção do repertório, não poderiam ficar de fora os clássicos, o baile, grandes

nomes como Branca di Neve e Bedeu e composições próprias. O Clube não pode deixar de

lembrar da importância do técnico-empresário-produtor-consultor e afins Renato Bérgamo, que

com sua experiência nos bailes, fez parte da concepção estética do disco, de Luis Vagner

Guitarreiro, sempre presente no estúdio, e do DJ Claudio Costa.

LINK DO CD.

http://www.4shared.com/file/42592158/c795b0af/Clube_Do_Balano_-_Swing__Samba-Rock.html?s=1